O processo de aprendizado é complexo e requer diversas habilidades que muitas vezes não compreendemos completamente. Essa é uma área de profundo interesse científico e alvo de pesquisas das mais diversas áreas. Nesse artigo vamos te contar algumas estratégias descobertas por pesquisadores para para explorar a nossa capacidade de aprender algo novo e como otimizar nosso poder mental para aprender, resolver problemas e ser mais criativos, através de dois modos de pensamento: Modo difuso e Modo focado.
O modo focado tem a ver com o termo que já conhecemos: focar – caracterizado pela concentração.
Um padrão de pensamento eficiente para resolver problemas já familiares a nós, como por exemplo: 2+2. Esse modo é fundamental para a aprendizagem, pois envolve abordagens diretas, tais como: avaliar, controlar, equacionar, decidir, investigar, planejar, diagnosticar e mapear.
Já o modo difuso, é caracterizado por um modo relaxado de pensamentos. Uma espécie de repouso neural. É muito eficiente para visão panorâmica (fora da caixinha), e com ele fazemos conexões inconscientemente. Ele é composto por uma abordagem indireta, como por exemplo: contemplar a natureza, cantar, meditar, exercitar, dançar, andar, jogar e ler.
Por exemplo: um aluno passa o dia inteiro estudando ou refletindo sobre uma questão difícil. Não consegue ver solução. Depois, ele vai comer alguma coisa e vai tomar um banho. Nesse momento, quando ele está relaxado e não mais pensando no assunto… A resposta vem durante o banho! Essa é uma explicação prática de como ele usou – sem saber – os dois modos de aprendizado.
Nosso cérebro tem uma plasticidade incrível. Ele é flexível e está sempre formando novas conexões (novos aprendizados), com uma capacidade infinita. E podemos aproveitar para maximizar nossas técnicas.
Citei acima uma forma mais intuitiva de usar modo difuso e focado para a resolução de problemas, mas como fazer isso de forma deliberada? Existem diversas abordagens possíveis, para hoje selecionei para você a técnica Pomodoro, vem comigo.
A técnica Pomodoro é um método simples e muito utilizado no planejamento, execução e aprendizado. É um mix eficiente do pensamento focado e difuso.
Como funciona o Pomodoro: Você aciona um timer de 25 minutos (pode ser o próprio timer do celular, ou mesmo o aplicativo Pomodoro, que já possui o timer automático), e por 25 minutos você vai estudar, focado, sem distrações. Após os 25 minutos, você se dará 5 minutos de pausa, onde pode comer, dar uma volta, conversar ou tomar um café. Depois, retorna para mais um ciclo de 25 minutos de foco, e assim por diante.
Muitas pessoas já se utilizam dessa técnica Pomodoro – inclusive figuras conhecidas como Salvador Dalí e Thomas Edison -, e perceberam benefícios como redução da ansiedade, melhora do bloqueio criativo, aumento do foco e da concentração por meio da redução das interrupções, aumento da motivação e persistência nos estudos, e melhora a capacidade de enxergar problemas de forma panorâmica!
Esse ditado popular, conhecido por todos, traz um fundo extremamente real e eficaz: apenas praticando – um pouco a cada dia – os seus conhecimentos adquiridos, é possível desenvolver fortes estruturas neurais. Isso significa que é importante rever os conceitos estudados com frequência, para realçar e fortalecer as conexões neurais. Quando estuda-se algo por um período, mas não volta a praticá-la ou a pensar sobre aquilo, as conexões se enfraquecem e não se tornam permanentes (é fácil exemplificar: você lembra de todo o conteúdo estudado para aquela prova de geografia, do primeiro bimestre do ensino médio? Provavelmente não).
Durante o dia, quando estamos acordados, somos bombardeados de informações. Sejam informações importantes como um conteúdo de estudo ou uma reunião de trabalho, sejam não úteis como propagandas na televisão e fake news de WhatsApp. Tudo é muito dinâmico e não temos tempo, naquele momento, de processar 100% do conteúdo recebido ao longo do dia. Quando vamos dormir, esse é o momento em que o cérebro começa a organizar os pensamentos, e a filtrar o que é importante e o que não é. Metaforicamente, é como fazer uma faxina num salão de festas ao final de um evento, para disponibilizá-lo para outro. O cérebro não só esvazia a mente, mas também fixa os conhecimentos adquiridos, criando uma rede duradoura de pensamentos.
Muitas vezes subestimamos a importância do ato de dormir, quando na verdade é um processo fundamental para nossa mente. Não é à toa que todas as dicas preparatórias para as mais importantes provas educacionais, são unânime ao mencionar: tenha uma boa noite de sono no dia anterior.
Em conclusão, o nosso cérebro possui duas formas de aprendizado: modo difuso e modo focado. Alinhar as duas é a melhor estratégia para obter o melhor e mais completo modo de aprender. Além disso, é imprescindível que todo o conteúdo seja revisitado diversas vezes, a fim de mantê-lo ativo em sua mente, e tornar aquele assunto mais familiar, dia após dia. Ter uma boa noite de sono não só repara o organismo, como também fixa o conteúdo aprendido naquele dia ou naquela semana, criando assim, uma “parede” firme e permanente de conhecimento.
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Happy learning!